sábado, 15 de maio de 2010

A figura do campeonato


Chegamos, então, à figura do Campeonato!


Durante cinco anos, o Benfica teve grandes estrelas:


Petit, Léo, Karagounis, Quim, Geovanni, Simão Sabrosa, Miccoli, Luisão, Manuel Fernandes, Katsouranis, Rui Costa, David Luíz, Cristián Rodriguez, Butt, David Suazo, Di Maria, Anderson, Aimar, Cardozo e Reyes.


Nesses cinco anos, todos eles poderiam ter sido "A figura do campeonato", mas nenhum o foi.


Este ano, podemos pensar que Saviola, Ramires, Javi Garcia, David Luíz, Fábio Coentrão, Di Maria ou Cardozo são fortes candidatos a figura do campeonato, pois todos foram importantes para os títulos conquistados. Porém, o que os afasta de um Suazo, de um Reyes, de um Micolli de um Karagounis, de um Simão, de um Léo, de um Petit? O ordenado? Não! O valor pago pelo clube para os contratar? Não! Então?


Este homem! Treinar o Benfica não é apenas contratar grandes jogadores por largos milhões. É levá-los a justificar o ordenado e o valor pago pelo seu passe. É dar murros no banco, como o Trapattoni deu.


Como se explica a figura do campeonato - parte IV


Após uma época desastrosa, o Benfica tentou remodelar-se. O maestro Rui Costa trocou os calções pela gravata e tornou-se a figura principal do futebol encarnado. E no ano de estreia como dirigente, e com elevadas expectativas e maiores desconfianças a pairar sobre si, o antigo número 10, escolheu o espanhol Quique Flores para comandar a equipa. Também o plantel foi reconstruído quase na totalidade.



Na baliza manteve-se Quim, regressando Moretto para o lugar do flop Butt.



Os laterais Nélson e Léo abandonaram o clube, assim como Luís Filipe, Edcarlos, Zoro, Miguelito, que nunca mostraram valor para representar o SL Benfica. Jorge Ribeiro, assim como os jovens promissores Sidnei e Miguel Vítor juntaram-se a Luisão, David Luíz e a Maxi Pereira, que passou a jogar como defesa-direito.



No meio campo, o Benfica perdia de uma só vez dois dos seus pilares: Petit e Rui Costa. Mas perdia ainda mais. O seu melhor jogador na época anterior, Cristián Rodriguez deixou o clube e rumou ao FC Porto. Porém, o Benfica apostou forte na substituição do seu antigo maestro e trouxe o mago Pablo Aimar para a Luz. Ao pilar resistente, Katsouranis, juntaram-se Carlos Martins, Rubén Amorim, Javier Balboa e Yebda. Como rapidamente se viu, Carlos Martins continuava com os seus célebres problemas fisícos, Balboa era um gravíssimo erro desportivo e financeiro e Yebda não tinha pés para futebol vencedor, como se exige na Luz. Este meio campo, ainda que tacticamente perfeito apresentava inúmeras dibilidades na criação ofensiva e na pressão alta.



Para o ataque, de onde saíram Adu e Yu Dabao, chegaram, com enorme custo financeiro no final de cada mês, as estrelas Reyes e Suazo, mais o jovem Urreta. Nuno Gomes continuou a capitanear a equipa, sendo ainda companheiro de ataque de Di Maria e Oscar Cardozo. Um ataque de luxo que rendeu muito pouco.



Um plantel misto de jovens e estrelas permitiu ao Benfica voltar a vencer a um troféu, a Taça da Liga. Na Liga, a equipa começou bem, mas após o empate no Dragão, arrastou-se até ao 3º lugar.

Com um plantel cheio de qualidade individual, Quique Flores poderia ter feito bem melhor.

Como se explica a figura do campeonato - parte III



Apesar de Fernando Santos não ter vencido qualquer troféu, o presidente Luís Filipe Vieira apostou na continuidade do treinador à frente da equipa, visto que o trabalho do técnico tinha apresentado alguns resultados promissores.


Porém, o plantel sofreu alterações significativas.


Apesar da continuidade de Quim, chegou para a baliza um guarda-redes mundialmente famoso, Butt. Moretto era dispensado.


A defesa também apresentou mudanças. As saídas de Anderson, Ricardo Rocha e Alcides foram substituídas pelas entradas de Luís Filipe, Zoro e Edcarlos. Nenhum dos jogadores contratados esteve à altura dos jogadores que abandonaram o clube. Luisão, David Luíz, Nélson e Léo mostraram ser as opções mais válidas.


No meio-campo deu-se a incompreensível saída de dois jogadores: Nuno Assis e Karagounis. Para reforçar o meio-terreno chegaram os uruguaios Maxi Pereira e Cristian Rodriguez. Desde logo se percebeu que Rodriguez era um jogador de elevada categoria, mostrando Maxi que a sua polivalência seria muito útil. Com a manutenção de Petit, Katsouranis e Rui Costa, o meio-terreno do Benfica prometia uma boa época, apesar das inesperadas saídas dos jogadores referidos.


Na frente de ataque, o Benfica perdeu a sua estrela-maior Simão Sabrosa, assim como o admirável Fabrizio Miccoli. Das Américas, chegaram 3 jovens pouco conscientes do futebol europeu: Di Maria, Cardozo e Adu. Nenhum deles, naquele momento, poderia substituir Simão ou Miccoli. Mesmo a contratação de Makukula, por uma quantia exorbitante, não beneficiou o ataque que ainda tinha Nuno Gomes e a promessa de marketing Yu Dabao.


A qualidade individual da equipa era bastante mais fraca que a da época anterior. Fernando Santos sentiu isso mesmo logo na primeira jornada, altura em que foi dispensado. Para o seu lugar chegou o sebastiânico José António Camacho. O espanhol amado pela maioria dos benfiquistas também não conseguiu melhorar o desempenho da equipa, demitindo-se ainda antes do fim do campeonato. Fernando Chalana pegou na equipa e levou-a a uma desastrosa eliminação da Taça de Portugal.


No final, o Benfica, uma vez mais, nada conquistou. Dos inúmeros reforços que vestiram a camisola encarnada, apenas Di Maria e Cardozo prometiam algo mais. Simão, Miccoli, Ricardo Rocha, Anderson, Karagounis e Nuno Assis, ao longo da época, eram invocados pelos adeptos com uma aguda saudade.


Fernando Santos, tal como Camacho e Chalana, foi uma vítima de uma má gestão desportiva e financeira, feita na pré-época. Um desastroso 4º lugar na liga carimbou tal tese.




quarta-feira, 12 de maio de 2010

Como explicar a figura do campeonato - parte II



Despedido Koeman, Luís Filipe Vieira confiou a sua equipa a Fernando Santos, treinador que já conquistara títulos nacionais no F.C. Porto.

A equipa voltou a sofrer alterações na sua estrutura. Iremos analisar essas mesmas alterações.

Quim voltou a merecer a confiança para a titularidade, como guarda-redes.

A defesa manteve-se a mesma. Nélson, Ricardo Rocha, Luisão e Léo. A Anderson, juntou-se ainda o promissor David Luíz. Estabilidade e um certo ganho com a contratação do jovem brasileiro.

Também o meio-campo saiu reforçado. As saídas de Manuel Fernandes e João Pereira foram compensadas com as entradas do aguerrido Katsouranis e do eterno desejado Rui Costa. O resto da estrutura (Petit, Assis e Karagounis) manteve-se. O meio-campo ganhou a maturidade e a genialidade que lhe faltava, pois em termos de dinâmica, o grego nunca foi inferior a Manuel Fernandes.

No ataque saíram Geovanni e Manduca, sendo substituídos por Derlei e Fonseca. Nenhum dos reforços foi feliz, não atingindo a capacidade para marcar os golos decisivos que Geovanni marcava. No entanto, este ataque ainda tinha Simão, Nuno Gomes e Miccoli.


Um balanço geral, permite inferir que a equipa que Santos tinha nas mãos era superior, não só a de Koeman, mas também à de Trapattoni. A folha salarial, sobretudo, tinha valores bem maiores do que a folha salarial dos últimos campeões. Ainda que Fernando Santos tenha lutado até à última jornada pelo título, a verdade é que acabou em 3º lugar. Tal como Koeman, a prestação europeia teve momentos algo bons, mas a equipa ficou-se pelos quartos-final da Taça Uefa. Mais uma vez, o Benfica terminava a época sem conquistar nenhum troféu.



Como se explica a figura do campeonato - parte I


Quando Ronald Koeman chegou ao SL Benfica para suceder a Trapattoni, pedia-se-lhe que renovasse o título de campeão nacional. Inevitavelmente, alguns jogadores saíram.

Quim perpetuou-se na baliza, apesar da contratação de Moretto.

Da defesa composta por Trapattoni, saíram Miguel e Fyssas. Para o seus lugares entraram Nélson e Léo. Se na lateral direita ficou mais fraca, a lateral esquerda ficou bastante mais forte. O eixo central da defesa manteve Ricardo Rocha e Luisão, auxiliados por Alcides. Koeman ainda teve um central bastante razoável, Anderson.

O meio campo do italiano baseou-se num triângulo constituído por Petit, Manuel Fernandes e Nuno Assis. Por vezes, João Pereira e Bruno Aguiar foram importantes para a equipa. Com a chegada de Koeman, todos estes 5 jogadores se mantiveram no plantel, saindo o meio-campo reforçado pelo grego Karagounis e, a fugachos, por Laurent Robert. A qualidade do meio-terreno tornou-se, obviamente, mais sólida.

Na frente ofensiva, Geovanni, Simão, Nuno Gomes e Mantorras continuaram no plantel. Saíram os poucos utilizados Karadas e Sokota. Para os seus lugares entraram Manduca e... Fabrizio Miccoli. O pequeno-bombardeiro valia, e vale, pelos dois avançados dispensados juntos.


Koeman, com um plantel bem mais forte do que o de Trapattoni, ficou-se pelo 3º lugar na Liga, apesar de ter feito uma boa carreira na Champions League. O melhoramento, e consequente investimento financeiro, do plantel não foi suficiente para o Benfica conquistar os seus objectivos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Revienga Parte 1

O que é a alegria do futebol a seguir aos golos? Alegria no futebol é o Cafú a dar três cabritos ao Nedved e a seguir um ao Tudor, o Ronaldinho a fazer o mesmo a três jogadores do Athletic de Bilbau, o Robinho a dar sete ou oito pedaladas a frente do Rogério, O Ronaldo Fenomeno a furar literalmente dois jogadores do Valencia, o Riquelme dar uma cueca do outro mundo a um jogador do River Plate em plena Bombonera, é a perfeição da roullette marselleise do Zidane, são as simulações do Garrincha, os zigue zagues fulminantes de Ryan Giggs, é o Bergkamp de costas para o defesa meter-lhe a bola por um lado e ir busca-la pelo outro, é o Edmundo animal fazer o mesmo contra o Man Utd, é o Cristiano Ronaldo deixar o Ashley Cole no chão em esparregata...
Isto tudo pa mostrar o primeira video da saga revienga(são videos de fintas diferentes e não daqueles que já toda a gente viu como aquelas que mencionei em cima), que tem virgulas, cabritos, cuecas, etc. do outro mundo.

Observem...






domingo, 9 de maio de 2010

Benfica campeão, pois claro!


Final do campeonato, aconteceu o já esperado à algumas jornadas. O benfica foi campeão e com todo o mérito.
Jorge Jesus tem de ter todo o reconhecimento nesta vitória, pois apesar de terem sido gastos uns valentes milhões na aquisição de novos jogadores foi graças ao modelo de jogo implementado desde o primeiro dia da pré-época que este Benfica se sagrou campeão.
Ponto fundamental para mim deste novo modelo foi a atitude deste Benfica nos momentos sem bola, blocos mais juntos e mais altos em campo, com uma melhor distribuição táctica dos jogadores e instalada uma agressividade mental superior. Isto fez com que o Benfica recuperasse a bola numa zona mais longe da sua baliza evitando assim que o adversário causasse muito perigo, processo defensivo conseguido, resultado apenas 19 golos sofridos.
No processo ofensivo, beneficiando já desses blocos bem juntos em processo defensivo partiu para jogadas ao primeiro toque que tornaram o seu futebol muito rápido e eficaz baralhando por completo até as defesas mais fechadas (fundamental para isto a aquisição de Saviola, avançado vagabundo que tanto tabelava com Di Maria quando este entrava em diagonal, quer com Cardozo e Aimar nas imediações do centro da grande área).

O Braga foi um rival à altura, já que levou a decisão até à última jornada. Equipa muito disciplinada tacticamente, com dois jogadores principalmente a cortarem a rigidez táctica, Alan e Mossoró. Alan sempre muito perigoso partindo da ala para o centro, muito bom no um para um e que este ano revelou a sua faceta mais goleadora marcando vários golos decisivos. Mossoró o maestro do meio campo, tornou a equipa mais solta, mais imaginativa.

O Porto falhou na reconstrução do seu plantel, muitas contratações falhadas e um Jesualdo que não conseguiu ver além do seu preferido 4-3-3. Um treinador tem saber montar um modelo de jogo em função dos jogadores que tem, se as contratações feitas não encaixavam no 4-3-3 Jesualdo teria de alterar o modelo de forma a tirar todo o rendimento dos seus jogadores e foi o que fez na recta final do campeonato tendo então excelentes resultados. Como demorou tempo a perceber isso acabou por ficar no 3º lugar.

O Sporting falhou essencialmente nas contratações, sem dinheiro para grandes contratações comprou pouco e pior que pouco comprou mal. Mais uma vez Paulo Bento teria de espremer ao máximo uma equipa já completamente espremida, não o conseguiu e saiu a meio da época. Entra Carvalhal e com ele parece que aparece dinheiro mas mais uma vez falha-se nas contratações, Pongolle não acrescenta nada, João Pereira pouco mais trás do que Abel, Mexer veio mais à experiência que outra coisa, a excepção será Pedro Mendes este sim uma mais valia. Mesmo assim Carvalhal consegue mexer no método e o Sporting apresenta em alguns jogos um futebol muito interessante, passando a jogar em 4-2-3-1 com variação de 4-1-3-2 quando Veloso saía do duplo-pivot central de meio-campo e aparecia na lateral esquerda e Yannick colava-se a Liedson na frente de ataque. defendiam alto e tinham transições defesa ataque muito rápidas e eficazes praticando um futebol muito agradável de se ver. Mas isso não bastou e o Sporting acaba com um dos piores registos que há memória.